SER PESSOA PARA ALÉM DA ESTRUTURA FÍSICA
Ser pessoa em relação a alguém. Ser pessoa em toda a acepção do termo, é possuir um comportamento irrepreensível, ter sempre presente o respeito que se deve à pessoa com quem se priva, mesmo que perfilhe as nossas opiniões, e mostre completo desacordo a solução dada a qualquer assunto que seja posto à discussão. Não devem ser menosprezada as suas palavras, as suas tomadas de posição, porque se prestar a devida atenção ao que ouvimos, Há sempre alguma coisa de válido que sobressai.
A educação deve ser preocupação constante do ser humano, seja qual for o seu nível na sociedade: formação pessoal, mentalidade privilegiada, meios de cultura, sua religião, credo, raça ou cor. Merece o respeito que proficientemente uma actividade digna de nota, ou construiu uma obra que o destaca na sociedade, não deve usar estes valores pessoais, que o elevam a um nível superior e o impõem à consideração geral do meio onde se movimenta, nem deve menosprezar que um abaixo desse nível se apresenta.
Todas as pessoas, como seres humanos que são, nos merecem respeito e consideração. Minimizar alguém só porque o seu modo de vida, sua actividade profissional, revelam-se inferiores a outros níveis de vida ou profissionais, é passar um atestado de ignorância a quem assim julga o seu semelhante, sabendo que não é uma formação académica que eleva a pessoa, mas sim a riqueza dos dotes naturais onde se caracterizam a honestidade, a humildade e a confiança. E quantas vezes nos deparamos com pessoas bem falantes, bem entradas nos meandros das letras e do campo cultural, bem remuneradas, que a sua capacidade e a competência para as fun ções que desempenham, geram, mas que noutro aspecto são de nível inferior? No trato com pessoas que não conseguiram subir os escalões que a outros foi facilitado, reduzem-nos a um grau de inferioridade, fazendo sobressair a sua classe como mais evoluída, julgando-se no direito de a tratar com menos deferência. Os que assim procedem cometem um erro de todo o tamanho. Porque os que não puderam subir as escadas do ensino secundário ou superior, por dificuldades económicas, muitas pessoas, talentosas, tiveram que guiar os seus passos para outras vias, também úteis ao país, construíram obra de relevo, executando-a eficientemente, como bons profissionais que são, onde o esmero, a perfeição e a competência se revelam. Daqui se conclui que não é preciso uma formação académica para produzir trabalho de alto valor para on país e para a sociedade onde se integra. Quem se julga superior, devido a uma boa formação intelectual, e grande capacidade de gestão, ao trabalhador que exerce uma actividade menos relevante mas que é necessária ao país, está a trair a sua inteligência e a mostrar uma péssima percepção da vida activa ao não se dar conta dos mais diversos ramos de trabalho que são necessários desenvolver em qualquer país, para o que tem que contar com as pessoas certas para os executar.
Por isso toda a matéria produzida ou de serviços é operacional e alguém preparado para essas actividades lá está a dar o seu contributo ao país no desempenho da sua missão, tantas vezes arriscado, como é do conhecimento geral. E são as obras de construção civil, envolvendo edifícios, pontes, túneis ou trabalham do a muitos metros abaixo do solo nas indústrias extractivas. São trabalhos menores e têm um lugar inferior na sociedade, quem os pratica? Mas é bom não esquecer que estes heróis de profissões cheias de risco, são tão úteis no desempenho das sua funções, como o são, com o seu talento, os que gerem empresas com zelo e competência.
E termino como comecei: Ser pessoa em relação a alguém, seja branco, negro, castanho, amarelo, ou ruivo, ou de religião incompatível com a sua, desde que se apresente com educação, respeito, honestidade, humildade, e não com ambição desmedida, arrogância e desrespeito, merece toda a nossa consideração, mesmo que o seu nível intelectual seja inferior.
Prevalece a educação.
Por isso ser educado, solidário e convivial, não vêm da formação académica estes valores. Estes valores são demasiado importantes para não se importarem. Conquistam-se e elevam a pessoa. E é por esta via que se deve caminhar se quisermos viver em sociedade onde o conflito fique ausente, e onde as pessoas pratiquem actos humanitários e de solidariedade, cada vez a ficarem mais distantes, e se revelem despidas de qualquer vaidade, não menosprezando que exerça actividades menores, ou até pô-lo à margem da sociedade, porque esse é tão responsável no seu trabalho como um financeiro ou economista, mesmo não possuindo habilitações ou melhor formação profissional.
Com toda a humildade, fomos buscar este artigo, do nosso amigo e associado, Zé Laço, ao Boletim Nº 72 da LAT.
(As fotos são da nossa Associação).
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