sábado, 27 de outubro de 2012

Aumento da quota anual






No passado dia 24 (quarta-feira) realizou-se, na nossa sede, a Assembleia Geral para aumento da quota anual mínima.
Á reunião compareceu um número significativo de associados, que após uma profunda discussão , tomaram a decisão de aumentar ligeiramente a quota.
O valor que vai vigorar a partir do próximo mês de Janeiro de 2013, vai cifrar-se em 4,00 € (quatro euros) anuais.
A direção democraticamente aceitou a decisão da Assembleia, mas reconhece que o aumento de 1,00 €, na quota anual, é simplesmente simbólico.
A direção da URPIT tinha consciência que o aumento proposto não podia ser significativo atendendo ao momento difícil que os portugueses estão a viver com os ataques que diariamente o Governo lhes faz, a grande maioria dos sócios da União de Reformados de Tortosendo tem pensões e reformas que ficam muito abaixo da média nacional.
O aumento agora aprovado, embora simbólico, era necessário e justifica-se pelo facto de haver
5 (cinco) anos que não eram atualizados os rendimentos associativos.

Alguns associados contribuíram com a sua opinião construtiva e, de  forma quase unânime, reconheceram que o aumento decidido nesta Assembleia é insuficiente para uma melhor saúde financeira da União de Reformados de Tortosendo. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Congresso do MURPI

A Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos (MURPI) realizou, sábado, no Teatro Villaret, em Lisboa, o seu 7.º Congresso, com o lema «Com o MURPI defender os direitos dos reformados, lutar por uma vida digna». Os 185 delegados, vindos de vários pontos do País, aprovaram, por unanimidade, duas moções, uma sobre «A paz e a solidariedade», onde se dá conta da «grave crise que o mundo atravessa», e outra – intitulada «Só o Portugal de Abril respeitará o Outono da vida» – onde o MURPI lembra que «o direito à reforma é uma importante vitória dos trabalhadores, fruto das suas lutas e da revolução de Abril».
Por unanimidade foi ainda aprovado um «Compromisso de intervenção e luta no tempo presente», onde se rejeita os «cortes nas pensões», se manifesta oposição «às políticas públicas de promoção do assistencialismo e da caridade entre os reformados, pensionistas e idosos», se defende «um Serviço Nacional de Saúde, universal, geral e gratuito» e um «Sistema Público de Segurança Social, universal, público e solidário», se contesta «o aumento dos impostos sobre os trabalhadores e reformados, bem como o aumento dos custos dos bens essenciais», se reclama «o direito dos reformados ao transporte público, com a reposição do desconto de 50 por cento nos passes sociais», e se contesta «a Lei das Rendas, recentemente aprovada».
No documento, o MURPI exige ainda o reconhecimento como Parceiro Social e promete intensificar a luta organizada dos reformados, pensionistas e idosos. Neste sentido, no dia 31, as comissões e associações de reformados prometem marcar presença no protesto agendado pela CGTP-IN, na Assembleia da República, contra o «saque do OE 2013».

domingo, 21 de outubro de 2012

VII Congresso do MURPI






A nossa Associação esteve presente no VII Congresso da nossa Confederação com três delegados mais um por inerência e dois dirigente convidados.
Esta reunião magna realizou-se no Teatro Vilaret e nela estiveram representantes de todo o país in cluindo a região autónoma da Madeira.
As dezenas de intervenções incidiram nas dificuldades que os portugueses, especialmente os Pensionista e Reformados, motivadas pelas políticas que os últimos governos têm implementado.
O texto que publicamos em baixo contém a intervenção, do 1º secretário da nossa Associação, no Congresso:


Em nome da União de Reformados, Pensionistas e Idosos da Freguesia de Tortosendo quero saudar todos os amigos congressistas e convidados neste nosso 7º Congresso.

A nossa Associação está aqui representada com três de delegados e três convidados, vimos de Tortosendo, concelho da Covilhã, Distrito de Castelo Branco, neste nosso Congresso representamos este espaço do Interior Centro.

Estamos aqui porque estamos filiados na nossa Confederação (MURPI) e a ela queremos dar o nosso apoio e contributo efetivo e solidário.

Somos uma pequena Associação do interior do país, que foi fundada como Comissão de Reformados, poucos anos após a Revolução de Abril, tivemos como sede, durante muitos anos, um espaço que a Delegação de Tortosendo do Sindicato dos Lanifícios nos facultava nas suas instalações, estamos registados há 21 anos no Cartório Notarial da Covilhã e de imediato nos filiámos  no MURPI porque nos identificava-mos com os seus princípios doutrinários mantendo hoje a mesma postura perante as orientações que se matem atualmente.

Aqui e agora queremos saudar a nossa Confederação que, de uma forma muito capaz e responsável têm lutado abnegadamente pelos interesses e direitos de todos os Reformados e Pensionistas portugueses.

De forma muito regular tem mantido contactos e dado informação ás Associações e Organismos de Reformados, sobre os atropelos, violências e tiranias que os últimos Governos, particularmente o atual, têm feito ao povo português.

.Há três anos a Câmara Municipal da Covilhã cedeu-nos um espaço que, embora reduzido, vai satisfazendo para desenvolver e organizar as atividades que vamos facultando aos nossos associados e estas vão desde passeios pelo país e zona fronteiriça espanhola, organizamos convívios em datas relacionadas com tradições populares, integramos juntamente com a Inter-Reformados a Comissão Organizadora do Dia Internacional do Idoso no nosso concelho, participamos ativamente nas comemorações do 25 de Abril e 1º de Maio, temos em parceria com a principal coletividade da freguesia, um grupo de associados nossos a fazer ginástica de manutenção, gratuitamente e com a colaboração de uma farmácia e um enfermeiro aposentado medimos, duas vezes por mês, na nossa sede, a tensão arterial e a glicémia aos sócios que o desejarem, ajudamos no preenchimento de documentos como por explº o IRS.

Além desta atividades, que achamos necessárias, fazemos os possíveis para consciencializar os nossos associados a lutarem pelos seus interesses e direitos.

O que atrás foi dito seria muito natural e insere-se na atividade normal de uma associação da nossa natureza, mas…muitas vezes não encontramos recetividade por parte daqueles que são as maiores vítimas destas políticas neo-liberais e ficamos com uma sensação que não somos capazes de fazer passar a nossa mensagem.

A juntar a isto, vivemos num distrito cujo aparelho produtivo, em particular a indústria Têxtil (Lanifícios e Confeções), têm vindo a ser sistematicamente destruído, com encerramento e falência de inúmeras empresas e o consequente a destruição de milhares postos de trabalhadores.

A evolução do desemprego neste distrito tem sido claramente crescente e igualmente muito preocupante.

Motivado por esta situação é também crescente o número de pessoas que estão a viver com grandes dificuldades e a cair nas margens da pobreza e da exclusão.

Não chegavam estes problemas, vem, mais uma vez, este governo a dar uma forte machadada nesta região, que está a desertificar e a definhar, com a introdução de portagens nas SCUTs A23 e A25, esta medida vai afetar as atividades económicas e sociais com um impacto devastador e brutal na sobrevivência das empresas e isolando as populações.

Esta medida além de ser injusta é gravosa, pois em muitos casos, não existe alternativa e há troços que passaram a arruamentos.

Antes de terminar queria dar uma sugestão a algumas personalidades da nossa praça, alguns até têm responsabilidades em gabinetes governamentais: eles dizem que não sabem como é possível viver com reformas de 250, 300 ou 350 euros? venham ter connosco,  ou com a nossa Confederação que nós explicamos.

E já agora um pedido a todos os congressistas e convidados – vamos todos fazer uma corrente forte e lutar para que a nossa Confederação MURPI seja reconhecida como parceiro social.

- Vivam os Reformados e Pensionistas Portugueses.

- Viva o Movimento Unitário de Pensionistas e Idos (MURPI)

- Viva o nosso 7º Congresso

 

Tortosendo, 20 de Outubro de 2012

 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

D. Policarpo não está cá

Batista Bastos
D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, disse, em Fátima, ser contra as manifestações populares, as quais, assim como as revoluções, nada resolvem. A frase é inquietante, proferida por quem é: um homem culto, conhecedor da História e dos movimentos sociais que explicam e justificam as modificações políticas. Mais: numa altura em que o País vive uma crispação inédita, onde a fome, a miséria e a angústia estão generalizadas, as palavras de D. Policarpo não são, somente, insensatas - colocam o autor no outro lado do coração das coisas.

Diz, ainda, o solene purpurado: "Até que ponto é que nós construímos uma saúde democrática, com a rua a dizer como se deve governar?" Não contente com a afirmação adianta, sem hesitar e sem pejo: "O que está a acontecer é uma corrosão da harmonia democrática, [sic] da nossa Constituição e do nosso sistema constitucional."

D. Policarpo deve saber que a legalidade do voto não legitima acções de dissolução, como as praticadas, diariamente, por este Governo, contra as populações, contra a Constituição, contra as normas mais elementares do viver democrático. Deve também saber que a rua possui o poder de corrigir, com o protesto, a insolência de quem se julga detentor do direito absoluto. "Vamos cumprir o nosso rumo, custe o que custar", na expressiva vocação totalitária do primeiro-ministro, é, isso sim, "uma corrosão da harmonia democrática." E D. Policarpo, que parece crer em alguns absurdos, acredita, seriamente, que os portugueses vivem, mesmo, nessa benfazeja e bendita concórdia? Só assim se justificaria a enormidade das suas declarações.

O pacifismo e a magnitude das últimas manifestações podem e devem ser interpretados como uma insubmissão de dissidência, e repúdio pela maneira como somos conduzidos e governados. No fundo, a rua é o lógico prolongamento de um mal-estar que o cardeal parece dramaticamente ignorar ou omitir. Ele não gosta da rua, e está no seu direito. Mas já não é de seu direito condenar aqueles que recusam a servidão imposta por esta "harmonia democrática", quando ela é tripudiada por um Governo que exerce o poder nas raias da ilegalidade, como o asseveram o Tribunal Constitucional e muitos outros constitucionalistas.

Sabe-se que D. Policarpo sempre foi muito recatado em condenar os desmandos do poder. Ele é mais das meigas coisas celestinas do que das asperezas terrenas. Assim, serviu-se, acaso excessivamente, ao longo dos anos, de metáforas mimosas para não dizer o que dele se esperava: a clareza do verbo e a argumentação qualitativa do requisitório evangélico. Desta vez, porém, a frase foi desprovida de adornos. E, com irada exacerbação, deu amparo e continuidade às ideias e aos processos do poder, vituperando aqueles que, legitimamente, o contestam.

Valha-o Deus!


DN: 17Out2012