sábado, 19 de abril de 2014

ABRIL É O FUTURO




ABRIL É O FUTURO
Conquistas da Revolução foi a designação que escolhemos para a nossa Associão.
Opção feita quando soubemos que não nos era permitido utilizar a designação que todos desejávamos - Associação Vasco Gonçalves - e porque, para nós, o nome do Companheiro Vasco é sinónimo de Conquistas da Revolução, tão estreita é a sua ligação ao 25 de Abril de 74 e ao processo revolucionário que se lhe seguiu.

É desse dia inicial e desse processo que, este ano, comemoramos o 40.0 aniversário.

Fazemo-lo sem quaisquer saudosismos passadistas, antes com os s bem assentes no presente e com os olhos postos no futuro.

Comemorar Abril é, para nós, recordar um processo que, com as suas conquistas económicas, sociais, políticas, culturais - definidoras da mais avançada democracia alguma vez existente em Portugal  nos mostrou que «sim, é possível», e que, por isso, se mantém vivo na nossa memória, como referencial maior das nossas lutas de todos os dias.

Comemorar Abril é, para nós, sublinhar o profundo significado das Conquistas da nossa Revolução: as liberdades democráticas - liberdade de reunião, de manifestação, de criação de partidos poticos, de imprensa e de expressão de pensamento; liberdade sindical - conquistadas pelo seu exercício por parte do povo nas ruas; a justiça social: o estabelecimento imediato do salário mínimo nacional, do aumento das pensões de reforma e invalidez  e do abono de família; o aumento dos salários e o congelamento das remunerações superiores a 7 500 escudos; a generalização do direito a rias pagas; o congelamento dos preços e rendas dos prédios urbanos; o direito ao emprego com direitos; o direito à saúde, à educação, etc., etc.

Comemorar Abril é, para nós, olhar com olhos de futuro para as grandes Conquistas que transformaram profunda e positivamente o nosso país: as nacionalizações o poder local democrático, a descolonização  e  aquela que foi a mais bela de todas as Conquistas da Revolução: a Reforma Agrária.

Comemorar Abril é, para nós, saudar a Constituição da Reblica Portuguesa que, consagrando todas as conquistas alcançadas é, ela própria uma Conquista da Revolução.

Por isso, comemoramos Abril fazendo das suas Conquistas bandeiras de luta para derrotar a política de direita que, há 38 anos praticada por sucessivos governos PS/PSD/CDS, tudo tem feito para fechar definitivamente «a portas que Abril abri. E para conquistarmos uma política inspirada nos valores de Abril.

 

Porque Abril é o Futuro.

 
Direcção da Associação Conquistas da Revolução.

 

 

40 Anos da Revolução de Abril



 
Fotos da net


Vídeo de intervenção na Jornada de Indignação do MURPI 12 de Abril em Lisboa e mais localidades do País.

40 Anos da Revolução de Abril

Conhecemos Portugal quando ainda suportava a ditadura de Salazar. O primeiro-ministro era Marcelo Caetano, que mantinha a rigidez do regime autoritário e introduzia uma feição mais moderna para que os mais pudessem desenvolver as suas empresas financeiras, industriais e comerciais dentro do seu país ou nas colónias mantidas em África e Timor.
Como manda a Troika hoje, pintava de dourada uma pobreza que consumia todos os trabalhadores e suas famílias enquanto a elite tornava-se parceira dos países mais desenvolvidos da Europa.
Esta versão de modernidade não se traduzia em desenvolvimento social e económico. Os trabalhadores agrícolas tinham 5 meses de trabalho por ano e eram contratados como se fossem escravos nas Praças de Jorna.
Os seus filhos trabalhavam desde os 7 anos de idade tentando manter algum animal ou horta que alimentava a família e colhiam bolotas para não morrerem à fome. Isto acontecia em todo o país onde havia latifúndios mal explorados, para onde iam os desempregados da terra vindos do sul ou do norte onde a pequena agricultura não dava para assegurar a vida familiar.
Milhares de jovens emigravam quando não iam para a guerra colonial de onde, se voltassem, traziam as feridas físicas e mentais de um sofrimento desumano.
Aos poucos as pessoas mais solidárias com o povo e dotadas de orgulho da Nação Portuguesa, perceberam a necessidade que uma esquerda política defendia com enormes sacrifícios - sendo presos ou assassinados pela ditadura - de unirem-se em defesa da Justiça Social que assegurasse os mesmos direitos de cidadãos a todos os portugueses - contratos de trabalho, salário mínimo, atendimento gratuito à saúde, escolas para crianças e formação profissional para os jovens, desenvolvimento cultural, empreendedorismo na exploração das riquezas produtivas nacionais. Vários setores da sociedade passaram a defender um regime democrático, fazendo greves e manifestações, apesar das perseguições policiais. E esta decio revolucionária levou os mitrares a organizarem um golpe para derrubar a ditadura. Todos se uniram, trabalhadores, estudantes, profissionais liberais, militares, homens e mulheres e venceram no dia 25 de Abril de 1974.
As palav
ras de ordem foram levadas por todo o país com canções como Unidos Venceremos, Grândola Vila Morena e tantas outras que pregavam a Liberdade e os Direitos Sociais que os governos autoritários haviam roubados à gente portuguesa.
Foi uma Revolução pacífica que ligou uma flor, o cravo, às armas que defenderam o povo. O programa do novo Governo, dirigido pelos Militares de Abril nacionalizou os Bancos, deu início à Reforma Agrária e à defesa dos pequenos e médios agricultores, substituiu os proprietários absentistas para organizar a produção agcola e industrial dando emprego aos trabalhadores e aumentando o volume dos produtos nacionais.
Foi um momento de grande alegria para todo o povo, de solidariedade que atraiu muitos estrangeiros que vieram ajudar com seus conhecimentos e recursos a impulsionar o processo revolucionário que abria as portas da liberdade de desenvolvimento de Portugal e punha fim à guerra colonialista que oprimia outros povos. Conquistava-se a Justiça Social para que todos pudessem organizar a sua vida no país em que nasceram. Muitos emigrantes voltaram.
Foi assinada uma Carta Magna, a Constituão, que passou a ser o garante jurídico de todas essas conquistas. Os ricos e exploradores combateram a Revolução dos Cravos de todas as maneiras, ocupando cargos políticos e de comando para destruírem as conquistas democráticas que limitavam as suas ambições egoístas e subordinadas a governantes estrangeiros.
Chega
ram ao poder, onde estão hoje apoiados pela Troika e o FMI. Destruíram muitas das conquistas populares e hoje, 40 anos depois, a Constituição e as leis trabalhistas sobrevivem como pilares de um novo processo revolucionário que não deixaremos morrer.
 
In: A Voz dos Reformados