sábado, 5 de fevereiro de 2011

Opinião



CORREIO PARA OS AVÓS E PARA OS NETOS



Por Luís Duarte Patrício
Médico Psiquiatra


OS AVÓS TÊM VALOR
Há avós e netos que têm a sorte de poder conviver.
È natural que os avós desejem a companhia dos netos que lhes transmitem alegria. E muitos sabem criar oportunidades para partilhar essa companhia.
Também há netos que são educados a valorizar a companhia que fazem aos avós.
Os netos obtêm mais saber quando são educados em convívio com os avós, beneficiando da experiência da sua vida e da partilha dos seus afectos.

OS AVÓS E AS AJUDAS
Há avós que facultam aos netos benefícios materiais que não puderam dar aos seus filhos ou que, por razões de educação e de sentido da realidade não quiseram dar.
Há avós que têm de perceber as necessidades e as eventuais dificuldades que têm os filhos, para educarem os seus netos.
Podem e devem ser colaboradores na educação dos netos, começando por reforçar a boa educação transmitida pelos pais e ajudando os netos a estimar e a gerir os bens recebidos.
Desse modo já contribuem para que os netos recebam uma sólida educação.

OS AVÓS E A SOLIDÃO
Há avós que sofrem bastante com o abandono e com a solidão.
Há avós que procuram garantir a companhia de um neto, a troco de dinheiro ou de outros bens.
O excesso de dinheiro e de bens desnecessários, diminui a capacidade de crítica, face ao consumismo.
Os avós têm que se lembrar que o consumismo provoca, aumenta, o desejo de gastar.
Há netos mal-educados que percebendo a situação abusam da solidão e necessidades dos avós.
Avós, netos e pais, têm de estar atentos para prevenir estas situações.

EDUCAR É VALORIZAR
Há cada vez mais avós.
Há crianças que têm a sorte de passear com os avós e até de ouvir histórias que eles lhes contam.
Há adolescentes que têm a sorte de ouvir as boas experiências e experiências menos boas da vida dos avós.
O avô que educa, ajuda a reflectir sobre o apelo para o consumismo.
Mas há avós que oferecem excesso de guloseimas, brinquedos e dinheiro. O excesso é disparate. Um avô não é uma criança idosa que promove disparates.
Nunca se esqueça que os avós são um valor na família, um bem com muita experiência para partilhar.
Educa quem ensina os netos a respeitar o valor dos bens.

OS NETOS, OS AVÓS, O DINHEIRO E A PREVENÇÃO
Os avós devem procurar saber como é que os seus netos, crianças ou adolescentes, gastam o dinheiro que lhes é oferecido.
E os pais dos netos devem ter conhecimento das ofertas de dinheiro que os seus filhos recebem.
Sabendo o que se passa, podem contribuir para prevenir o mau uso do dinheiro.
Por isso, nem os avós, nem os netos, nem os pais, devem fazer segredo das ofertas de dinheiro ou de outros bens.

NÃO SEI O QUE LHE OFEREÇA
Não quer gastar tempo a pensar o que oferecer a alguém?
Será que até já pensou em despachar a prenda com dinheiro?
Tratando-se de um neto, será que ele está educado para gerir bem esse dinheiro? Onde é que o irá gastar?
Ocorreu-lhe perguntar aos pais do que é que ele tem necessidade?
Lembre-se que uma prenda segura e com futuro não é a oferta de uma nota, mas pode ser a oferta de bons livros.
Ofereça livros. Se o neto não gostar, pode trocar.
E não se esqueça, por amor ao neto e à sua educação cívica, de o estimular a agradecer, a dizer voluntaria e naturalmente: obrigado.
Assim ficará o avô mais sossegado porque ajudou a educar e o neto ficará mais reforçado na educação e assim sendo mais valorizado como cidadão.

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