quinta-feira, 24 de março de 2011

Uma voz insubmissa


Este jornal, publicado desde 1993, garante teimosamente a sua publicação ao longo destas quase duas décadas de existência, pela preseverança de todos quantos têm colaborado e dado à estampa, informando, ajudando a formar uma opinião sobre diversos assuntos de actualidade nacional e criando uma corrente de solidariedade entre os assinantes que o subscrevem.


É o jornal da Confederação Nacional MURPI, ímpar na sua concepção e produção, independente do poder económico, expressando conceitos e tomadas e posição a favor e na defesa dos direitos de todos os reformados, pensionistas e idosos.
É este jornal que pretendemos que seja, cada vez mais, uma ferramenta de transmissão do saber, da realidade, da afirmação da voz contra aqueles que tentam extorpiar, por omissão ou acção, os direitos dos reformados, é a voz daqueles que acreditam que o tempo da reforma é um tempo de acção, participação, intervenção e de fruição de todos os bens do nosso património cultural, humanístico e ambiental.
Temos de preservar o nosso património legado por inúmeros colaboradores, dar continuidade na senda da qualidade e atingir o patamar da sua pertença pelo universo dos nossos leitores e assinantes.
É necessário que cada leitor se sinta ligado, nesta cadeia de solidariedade, ao universo dos leitores pela mensagem que o Jornal, em todos e em cada momento, seja capaz de gerar este sentimento de luta contra as injustiças sociais.
Procuramos ganhar colaboradores das áreas mais diversificadas que pela natureza da sua expressão traduzam uma outra forma de pensar os tempos da reforma e do envelhecimento.
Continuaremos a pautar a nossa intervenção por critérios de justiça social, da verdade e da unidade, com as demais correntes de opinião, que promovam a solidariedade intergeracional, a estreita ligação com os interesses dos trabalhadores do nosso país e o desenvolvimento social harmónico e cultural dos reformados.
Da rubrica "Em foco" do Jornal A Voz dos Reformados - Março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

2011 ANO NEGRO PARA TODOS OS REFORMADOS






2011 Ano Negro para todos os reformados

Nos últimos anos a evolução da situação dos reformados tem sido sempre em sentido negativo, tendo atingido em finais de 2010 um quadro que pode ser aferido pela análise das estatísticas da segurança social onde se pode ler que a pensão média é de 413,56 € no regime geral, 224,62 € no regime dos rurais e 187,18 € para a pensão social e o regime rural transitório.
Sendo que, na maioria dos casos, a pensão conquistada depois de uma vida de trabalho constitui o rendimento exclusivo dos reformados, que hoje representam 25% da população portuguesa.
Impõe-se, portanto, uma especial atenção para esta realidade, tendo em vista a definição das políticas sociais que permitam a correcção desta anomalia, de forma a evoluir-se no sentido de debelar a situação de real pobreza que estes números revelam.
É por isso que, todos os anos, a expectativa do país se vira para a discussão do orçamento de estado, que inclui o orçamento da segurança social, na esperança de ver aí consagrada a correcção que se impõe.
Nesta expectativa, a cada desilusão sucede outra maior, como foi agora com o Orçamento de Estado para 2011. Os dados oficiais revelam que a inflação está nos 2,3%, o que significa que teria de ser esta a percentagem mínima de actualização das reformas para que uma situação já de si grave, não se tornasse ainda pior.
E o que decidiram os nossos governantes revela toda a insensibilidade social dos políticos que estão no poder. Decidiram que este ano o aumento é zero, ou seja todos nós teremos, no mínimo, uma desvalorização de 2,3% no valor das nossas pensões.
E dizemos no mínimo porque, olhando com atenção para o orçamento de estado, lá encontramos de forma habilidosa, uma nova medida que vai ainda implicar a redução do valor base de algumas pensões. O governo introduziu, através do artigo 92.º da Lei do OE, um aumento do IRS a pagar pelos reformados, coisa que nem sequer fez em relação aos activos em igualdade de situações. Para os mais distraídos pode parecer que este aumento extraordinário no IRS dos reformados apenas terá aplicação às pensões superiores a 1.607€ mensais. Pura ilusão, o principio já aí está, agora é só ficar à espera de que a bitola venha por aí abaixo até nos abranger a todos.
Ou então mudar de políticas. Para o que podem contar com a luta de todos os reformados.

Em “Voz dos Reformados” por: Manuel Cruz