Foto recolhida na net |
Um
olhar sobre o idoso
Sinais
da doença de Alzheimer
Hoje já não deve haver ninguém que não tenha ouvido falar de Alzheimer. Uma grande quantidade de pessoas já sabe o que isso quer dizer porque teve ou tem na sua família um ser querido com essa doença.
E uma doença degenerativa que afeta o cérebro. Foi descrita por Alois Alzheimer, um médico alemão, há pouco mais de um século. Ainda não tem cura, mas há tratamentos que podem melhorar alguns sintomas e ajudam o doente a manter-se funcional por muito mais tempo.
Conhecem-se os resultados, os sintomas, as consequências, mas ninguém sabe ao certo como «funciona». Há elementos que permitem aos médicos chegar à conclusão de que uma pessoa sofre essa doença, mas não de uma maneira segura, porque não há provas de laboratório que a detectem.
Também não se sabe o que é que provoca esta doença. Sabe-se no entanto que algumas coisas contribuem para o seu aparecimento: colesterol elevado, tensão alta, vida demasiado agitada e tensa (stress).
Antes pensava-se que era uma doença associada à velhice, mas cada dia é mais frequente encontrar a doença em pessoas relativamente jovens. Aparece em gente com poucos estudos como em pessoas com altas habilitações literárias.
Com este quadro de incerteza para fazer um diagnóstico, a observação direta é fundamental. E evidente que durante um século fez-se muita coisa, desde buscar um remédio a tentar descobrir uma vacina. Também se observou a evolução dos doentes, o que levou a estabelecer um quadro que permite aos médicos dizer se se trata da doença de alzheimer ou de outro tipo de demência.
Todos estão de acordo em que um diagnóstico no início da doença pode prolongar a funcionalidade de um doente por muitos mais anos, através de medicamentos e programas de estimulação.
O envelhecimento do corpo provoca alterações em todos os órgãos, incluindo cérebro. Perde-se memória e massa óssea; desgastam-se as cartilagens e emperram as articulações. O envelhecimento não é uma doença, mas alguns destes sintomas podem parecer-se aos de algumas doenças. Por isso é que a observação é tão importante.
Vejamos dez sinais que podem levar-nos a pensar que um familiar tem a doença de alzheimer.
1. Perda de memória. Esquecer informação recente é um dos primeiros e mais comuns sinais da doença. Esquece-se com frequência de informação recebida momentos antes ou açcões acabadas de realizar. Não sabe onde deixou a chave do carro, não recorda o nome da pessoa com quem acaba de falar ao telefone.
2. Dificuldade para realizar tarefas habituais. Cozinha sem sal ou com ingrediente não relacionados com o prato que sempre fez .não sabe como marcar um número de telefone. não sabe jogar os seus jogos preferidos, porque não encontra a carta da sueca ou a pedra do dominó que deve jogar.
3. Problemas de linguagem. Começa a esquecer-se de palavras simples e a substitui-las por outras inapropriadas, tornando difícil a compreensão. E possível que não encontre a escova de dentes, por exemplo, e peça "essa coisa para a boca".
4. Desorientação em tempo e lugar. Pode perder-se na sua rua; não saber onde vive, não saber onde está nem como chegou, nem como regressar a casa.
5. Falta de sentido comum. Pode vestir um sobretudo em pleno verão, ou pouca roupa num dia excessivamente frio. Toma más decisões sobre o uso do dinheiro, como comprar coisas caras e desnecessárias em promoções por telefone ou oferecer dinheiro a desconhecidos.
6. Dificuldade para realizar tarefas mentais. Confunde-se facilmente ao pensar em coisas abstratas.
E possível que se esqueça completamente do significado dos números ou como se usam.
Colocar objetos fora do lugar. Guarda coisas em lugares pouco comuns: o ferro de engomar no frigorífico ou o relógio no açucareiro.
7. Alterações de humor e comportamento. Muda repentinamente de humor (de alegre a zangado, por exemplo) sem razão aparente.
8. Mudanças de personalidade. Muda drasticamente de personalidade. Mostra-se confundido, desconfiado, temeroso ou depende demasiado de um membro da família.
10. Perda de iniciativa. Toma-se muito passivo; sentando-se em frente à televisão durante varias horas, dormindo mais do que o normal, ou negando-se a fazer as suas natividades rotineiras.
Pelo que ficou dito atrás, alguns destes sinais podem referir-se ao natural processo de envelhecimento. O critério mais acertado é o da frequência. Esquecer-se de vez em quando de uma coisa é normal, quando esse esquecimento é constante, é sinal de perigo.
Ao observar vários dos sinais descritos, é hora de a família buscar um neurologista que observe a pessoa e informe se realmente se trata da doença de Alzheimer.
Nesse momento deve começar o tratamento. Os familiares deverão então preparar-se para uma tarefa que pode durar vários anos e que com o tempo se tomará cada vez mais pesada. Em cada momento a farru1ia deverá tomar as decisões mais corretas tendo sempre em conta os melhores interesses da pessoa afetada.
Nunca esqueçam que as coisas estranhas que possa fazer o seu familiar são produto da doença e não um capricho.
Tirado do: Boletim do Idoso
Por:José da Silva
Prof. Catedrático na Universidade Interamericana de Puerto Rico
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