quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Liga dos Amigos do Tortosendo (LAT)

O texto que inserimos em abaixo  foi publicado  no Boletim trimestral da Liga dos Amigos do Tortosendo e o mesmo é da responsabilidade da nossa Associação. As imagens e fotos podem não corresponder exactamente  ás constantes no citado Boletim.










Por sugestão da Liga dos Amigos do Tortosendo (LAT) a direção da União de Reformados, Pensionistas e Idosos da Freguesia de Tortosendo (URPIT) aproveita um pouco do espaço, deste prestigioso Boletim, para levar ao conhecimento dos Tortosendenses, e nem só, as origens, as actividades e o espaço social que esta modesta Associação ocupa.

As origens da URPIT vêm de uma Comissão de Reformados dos Lanifícios que se formou logo após a Revolução do 25 de Abril de 1974, na Delegação de Tortosendo do Sindicato do Pessoal da Indústria de Lanifícios.

A actual denominação desta Associação obteve forma legal com aprovação de estatutos que foram legalizados no Notariado Português (Cartório Notarial da Covilhã) no dia 12 de Fevereiro de 1992. Foram seus outorgantes os cidadãos: Alfredo Dias Folgado; Mário Ferreira Venâncio; Manuel de Almeida Francês Serafim; José Gomes da Silva; Alfredo Craveiro de Matos; Júlio Gomes Mariano; Amália de Ascensão Meireles; José Fernandes Mendes; Maria Irene da Paula Afonso; José Gomes Rodrigues; António Ferreira da Silva; Joaquim Rodrigues Pinheiro; Mário Gomes Pombo; Lino Barata Migues da Fonseca; Maria de Lurdes Carapito; José Silvestre e José Quintela.

Esta Associação, desde a sua origem até ao dia 20 de Junho de 2009, desenvolveu a sua actividade em espaço cedido pela Delegação do Sindicato dos Lanifícios (presentemente Sindicato Têxtil da Beira Baixa), na Rua do Terroeiro, que simultaneamente dava apoio logístico. Em Junho de 2009, na Rua Dr. Gabriel Boavida Castelo Branco, a Câmara Municipal da Covilhã cedeu as actuais instalações para sede própria  que usufruímos desde essa data, sendo de nossa responsabilidade a respectiva manutenção nomeadamente água, luz, gás e consumíveis.

 Esta nova realidade “obrigou” os Corpos Sociais da URPT a incrementar novas apostas  pois o  número de sócios aumentou substancialmente, havendo nesta data aproximadamente  500 (quinhentos) associados que pagam regularmente a sua cota, originando a única receita regular cifrada em aproximadamente 2.000 euros por ano.

Os Corpos Sociais dos últimos mandatos têm manifestado um firme intenção de seguir as linhas gerais que estiveram na origem da sua fundação e assim honrarem os seus fundadores, (a maior parte deles já falecidos).

 A URPIT diversificou e alargou as suas actividades onde, nomeadamente: na saúde, mercê da disponibilidade desinteressada de um enfermeiro reformado, amigo e associado José Salvado, e apoio gratuito da Farmácia Moderna, medimos 2 vezes por mês a Glicemia e TA (Tensão Arterial) aos nossos Associados; temos com o Unidos Futebol Clube Tortosendo uma parceria que nos cede o espaço onde um grupo de associados, maioritariamente mulheres, fazem ginástica, adequada ás suas condições, ministrada por uma  professora de Educação Física, Lara Figueiredo; temos um protocolo com a Óptica Médica “Novolhar” onde os nossos associados podem beneficiar de serviços e produtos da especialidade com descontos; temos protocolo (feito recentemente) com a Fisioterapeuta, Cátia Isabel Santos Serra Dias  onde os associados também têm descontos nos serviços prestados por esta técnica de saúde física.

Um grupo significativo de associados, composto maioritariamente por associadas, faz semanalmente às quintas-feiras uma caminhada que culmina com um bom, animado e são convívio na sede.

No lazer temos levado ao conhecimento o geográfico nacional muitos associados e familiares, através de passeios/convívios, 3 ou 4 por ano, a zonas de referência diversificadas, que de outra forma não lhes seria possível visitar

Organizamos e damos continuidade a duas iniciativas que estão profundamente enraizadas na génese dos associados e que vêm, praticamente, desde a sua  fundação, as Comemorações em Fevereiro dos aniversários da Associação e o tradicional Magusto Convívio onde os associados normalmente contribuem com muitos produtos característicos a este evento.

Disponibilizámos, desinteressadamente, a alguns organismos, meios e espaço da nossa sede para ações de formação. Disponibilizámos e disponibilizaremos, com a ajuda de alguns dirigentes o preenchimento de documentação oficial a sócios que o solicitaram.

A sede abre sem horário fixo regularmente diariamente todos os dias da semana, excepto domingos, resguardando-se as segunda e quartas feiras para tratamento especifico de assuntos de interesse directo dos associados.

A URPIT  informa, luta, solidariza-se e mobiliza os seus associados para ações que visam a defesa dos seus direitos e a revindicação de melhores condições de vida para que os tempos que lhes resta de vida sejam passados de forma digna.

 Estamos na internet com um blog http://reformadostortosendo.blogspot.com                     com endereço electrónico:  urpitortosendo@yahoo.com.br.

Somos assinantes de 8 exemplares do Jornal “A Voz dos Reformados” que distribuímos por algumas Associações da nossa freguesia.

Adotámos com convicção o lema da Confederação Nacional de Reformados (MURPI) na qual estamos filiados: SÓ O PORTUGAL DE ABRIL RESPEITARÁ O OUTONO DA VIDA!   tentamos corresponder e levar ao conhecimento dos nossos associados as orientações que são emanadas desta Confederação.

Comemoramos anualmente, em Outubro, juntamente com outros organismos de reformados do nosso concelho, o DIA INTERNACIONAL DO IDOSO.

Fazemos todos os possíveis para materializar o Artigo 5 dos nossos Estatutos que diz: Alínea e) Levar à prática as iniciativas que melhorem e garantam uma vida compatível com a sua natureza de homens livres.

Face aos magros recursos, obrigamo-nos a uma gestão de meios rigorosos, desenvolvendo uma prática de actividades muito condicionadas e, de maneira geral, comparticipadas pelos associados.

Gostaríamos de ir mais longe. Gostaríamos de proporcionar iniciativas diversificadas orientadas não só para o gratuito preenchimento dos muitos tempos livres, mas também norteados para a promoção dos associados nas múltiplas vertentes ajustadas às idades, locomoção, saúde e sensibilidade psíquica nomeadamente no âmbito da cultura musical, iniciação ou desenvolvimento dos meios informáticos, práticas profissionais no âmbito do lazer, disponibilidade de equipamentos paramédicos, de manutenção física etc.etc.etc. tendentes a serem auxiliares a um melhor bem estar dos associados.

Promover e dinamizar a frequência da nossa Biblioteca pretendendo implementar formas de interacção livro/leitor por meio de leituras em grupo de obras de relevo das múltiplas vertentes literárias.

Em oportunidade, oferece-nos mencionar a receptividade da actual Junta de Freguesia relativamente ás actividades que nos propomos e desenvolvemos, tendo sido solidária com comparticipações que, sem elas nos impediriam de concretizar algumas dessas actividades

Vamos tentar e, com a colaboração das boas vontades e o apoio dos nossos associados, vamos conseguir!

Tortosendo, Julho de 2014

Velhos são os trapos


Hoje, se dá conta que os idosos são cada vez mais abandonados e maltratados. Ao que parece, de acordo com as queixas recebidas na Procuradoria, não há apenas casos de maus tratos físicos ou psicológicos mas, igualmente, de abandono, sobretudo em hospitais. Na maioria dos casos, as agressões partem do seio da própria família.



Chegar a velho devia ser fácil. Ser velho devia ser um privilégio. No entanto, olhando um pouco à nossa volta e estando atentos ao que se passa no nosso país à beira mar plantado, deparamos-nos com pensões muito baixas, fome por falta de dinheiro, medicamentos a encarecer, apoios escassos na saúde, famílias sem tempo, lares e instituições a abarrotar…
Chegar a velho devia ser fácil. Tal como a criança acabada de nascer e que vai somando naturalmente ano após ano, um velho é apenas alguém que naturalmente tem a soma de muitos anos. No entanto, ao contrário da criança que nada sabe , um velho tem toda a sabedoria e a experiência adquiridas ao longo de muitos anos. Não tenho dúvidas que ser velho devia ser um privilégio.
Os países medem-se pela qualidade de vida dos seus cidadãos e pela forma como trata os mais desprotegidos. Os idosos estão nesta categoria.  Aí Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer.
As pessoas trabalham uma vida inteira e quando chega o tempo em que podiam e deviam gozar os anos que lhes restam deparam-se com as dificuldades de pertencerem a uma sociedade hedonista e narcisista  que não sabe olhar para a diferença com tolerância, respeito, dignidade e amor.
Isto deve mudar, mas não apenas ao nível do Estado.  As familias, os amigos a sociedade em geral devem olhar para os idosos com respeito, dignidade e acima de tudo carinho e atenção. Não é justo que tantas pessoas idosas anónimas vivam uma vida inteira e acabem os seus dias na decadência e solidão que abraça a muitos. Respeitar os mais velhos é acima de tudo respeitar-nos a nós próprios.
Muitas vezes assistimos a decisões de Estado que parecem nada ajudar os idosos deste país. Não são apenas apoios monetários que fazem falta. Falta, igualmente, a nível nacional, a exemplo do que tem sido feito por diversas instituições, criar uma rede social de parcerias especializadas que apoie idosos nos seus domicílios ou onde quer que eles se encontrem. Mas um papel fundamental diz respeito às famílias.
As famílias devem ter igualmente apoios em áreas que não dominam no cuidado aos mais velhos. Mas a responsabilidade da família não chega apenas quando tem idosos no seu meio. Deve começar desde o momento em que se forma e à medida que vai crescendo com uma mentalidade altruísta, onde se aprende a conjugar o verbo amar.
E depois, “velhos são os trapos”. Os idosos podem e devem ter um papel preponderante no contexto em que se inserem. Na família, eles são os avós que podem minorar as despesas do agregado apoiando no cuidado dos netos.
Nos lares e instituições, eles podem contribuir com a sua sabedoria e experiência desafiando as gerências daqueles para uma interacção local onde possam partilhar as histórias e tradições passadas de geração em geração.
Nas casas que os viram envelhecer e onde se debatem com a solidão, eles devem ser apoiados e encorajados com visitas que facilmente podem ser organizadas a nível autárquico/juntas freguesia. Em Portugal, por exemplo, já há bancos que dão aos funcionários uma tarde por semana para fazerem trabalho de voluntariado e a mudança que isso representa é significativa por ser uma forma de ajudar alguém a dar um sentido à vida.
Às vezes só custa dar o primeiro passo e é preciso arriscar. Às vezes é preciso ser como a tartaruga. Se todos os dias ela não arriscar sair da casca ela nunca vai conseguir ir a lado nenhum.

“Uma sociedade que não ama nem respeita os seus mais velhos é uma sociedade desumanizada, sem alma, sem futuro”.

(Simone de Beauvoir)