quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ação de Reformadodos Covilhã e Tortosendo

As Associações de Reformados, Pensionistas e Idosos da Covilhã e Tortosendo, levaram a efeito uma ação conjunta na Segurança Social da Covilhã.
O documento, que abaixo se transcreve, foi entregue por dirigentes das duas Associações à Senhora Coordenadora, derivado à ausência do Senhor Diretor deste serviço.
Ás questões expostas, as nossas Associações,  solicitaram uma resposta da Segurança Social. 








Queremos Abril nas nossas vidas e no futuro dos nossos netos
Em Portugal cerca de dois milhões de pessoas idosas são vítimas da pobreza exclusão social, solidão e doença incapacitante.
Nos últimos anos, os reformados, pensionistas e Idosos foram, também, directamente ou indirectamente, as principais vítimas da política de austeridade que vem contribuindo para o seu crescente empobrecimento, com a redução progressiva e contínua dos seus rendimentos.
O encerramento de serviços públicos e de proximidade vem contribuindo para um maior isolamento e desertificação da nossa região e agrava as necessidades das populações idosas, como os cuidados de saúde  dificultados pelo aumento generalizado das taxas moderadoras e o elevado custo dos medicamentos, encerramento de postos clínicos e de serviços de internamento, e encarecimento dos transportes para a utilização dos serviços de saúde.
No Distrito de Castelo Branco os reformados, pensionistas e aposentados constituem uma população a rondar os 55%, valores muito superiores à média nacional. Muitos deles são trabalhadores ainda relativamente novos que deixam o mundo do trabalho compulsivamente, sujeitos a penalizações com cortes gravosos na pensão que vão receber para o resto das suas vidas e que lhes limita e obstrui planos feitos para uma vida mais digna.  Os valores médios das pensões no distrito, pelo facto a maioria dos reformados ser oriunda das indústrias transformadoras e agricultura, estão bastante abaixo dos valores médios nacionais, sendo que muitos dos bens considerados essenciais e de primeira necessidade são mais caros no Interior Centro e Sul que no resto do país o que torna a vida a esta camada etária quase insustentável.
No concelho da Covilhã a percentagem de reformados e pensionistas é também muito elevada. Cerca de 42% da população da Covilhã é pensionista ou reformada. Neste concelho, o valor médio das pensões anuais é muito baixo (não chegando aos 340 euros mensais), configurando situações de miséria, autênticos dramas sociais e geracionais. 
Também os reformados do sector têxtil são confrontados com a necessidade de pagar adiantado os medicamentos o que provoca sérias dificuldades e impede que muitos aviem as receitas ou fiquem a dever às farmácias.
A protecção social está cada vez mais reduzida, em consequência dos cortes dos diversos subsídios: complemento solidário para os idosos, complemento por dependência, rendimento social de Inserção, subsídio de morte e funeral e outros.
Muitos dos reformados, pensionistas e Idosos viram a sua situação económica e social agravada com o desemprego e a imigração dos seus filhos e netos, vendo-se obrigados a dar-lhes sustento e apoio.
Face a actual situação e num momento em que está em discussão o orçamento Estado (O.E.) para o ano de 2015, as Associações de Reformados Pensionistas e Idosos da Covilhã e Tortosendo, filiadas no MURPI – Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos, manifestam publicamente a seu descontentamento e exigem do Governo que tome medidas nomeadamente:
·        Reposição dos rendimentos roubados nas reformas;
·        Reposição dos benefícios fiscais retirados e abolição da contribuição extraordinária de solidariedade;
·        Abolição das taxas moderadoras nos centros de saúde e hospitais e a defesa do Serviço Nacional de Saúde;
·        A segurança social deve pagar directamente às farmácias os medicamentos dos reformados dos lanifícios
·        Aumento da rede de cuidados de saúde continuados;
·        Aumento de 4,8% de todas as pensões, com o aumento mínimo de 25 euros e a defesa da segurança social pública, universal e solidária;
·        Reposição do poder de compra de bens essenciais como a água, electricidade e gás
A proposta de OGE para 2015 deixa claro que vamos ser confrontados com o aumento generalizado do custo de vida, nomeadamente os combustíveis em cerca de 3%, (aumento ao qual se soma o agravamento da contribuição sobre o sector rodoviário, integrado no ISP, em mais 160 milhões de euros), e o aumento do Gás Natural doméstico em mais de 4% e da electricidade em mais de 3%. A revisão da Taxa de Gestão de Resíduos e da Taxa de Recursos Hídricos determinará de igual forma o aumento da despesa das famílias na factura da água e resíduos, a que se acrescenta o imposto sobre os sacos de plástico.
Os reformados da Covilhã por via das suas estruturas associativas do MURPI exigem do Governo medidas que travem e invertam esta política injusta e de empobrecimento que tem vindo a ser seguida, exigindo respeito e dignidade na reforma.
Queremos Abril nas nossas vidas e no futuro dos nossos netos
23 de Outubro de 2014
As Direcções de Reformados Pensionistas e
Idosos da Covilhã e Tortosendo
 
 
 
 

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