As Associações de Reformados, Pensionistas e Idosos da Covilhã e Tortosendo, levaram a efeito uma ação conjunta na Segurança Social da Covilhã.
O documento, que abaixo se transcreve, foi entregue por dirigentes das duas Associações à Senhora Coordenadora, derivado à ausência do Senhor Diretor deste serviço.
Ás questões expostas, as nossas Associações, solicitaram uma resposta da Segurança Social.
Queremos Abril nas nossas vidas e no futuro dos nossos netos
Em Portugal cerca de dois
milhões de pessoas idosas são vítimas da pobreza exclusão social, solidão e
doença incapacitante.
Nos últimos anos, os reformados,
pensionistas e Idosos foram, também, directamente ou indirectamente, as
principais vítimas da política de austeridade que vem contribuindo para o seu
crescente empobrecimento, com a redução progressiva e contínua dos seus
rendimentos.
O encerramento de serviços
públicos e de proximidade vem contribuindo para um maior isolamento e
desertificação da nossa região e agrava as necessidades das populações idosas,
como os cuidados de saúde dificultados
pelo aumento generalizado das taxas moderadoras e o elevado custo dos
medicamentos, encerramento de postos clínicos e de serviços de internamento, e
encarecimento dos transportes para a utilização dos serviços de saúde.
No Distrito de Castelo Branco os reformados,
pensionistas e aposentados constituem uma população a rondar os 55%, valores
muito superiores à média nacional. Muitos deles são trabalhadores ainda
relativamente novos que deixam o mundo do trabalho compulsivamente, sujeitos a
penalizações com cortes gravosos na pensão que vão receber para o resto das
suas vidas e que lhes limita e obstrui planos feitos para uma vida mais
digna. Os valores médios das pensões no distrito, pelo facto a maioria
dos reformados ser oriunda das indústrias transformadoras e agricultura, estão
bastante abaixo dos valores médios nacionais, sendo que muitos dos bens considerados
essenciais e de primeira necessidade são mais caros no Interior Centro e Sul
que no resto do país o que torna a vida a esta camada etária quase
insustentável.
No concelho da Covilhã a percentagem de
reformados e pensionistas é também muito elevada. Cerca de 42% da população da
Covilhã é pensionista ou reformada. Neste concelho, o valor médio das pensões
anuais é muito baixo (não chegando aos 340 euros mensais), configurando
situações de miséria, autênticos dramas sociais e geracionais.
Também os reformados do sector
têxtil são confrontados com a necessidade de pagar adiantado os medicamentos o
que provoca sérias dificuldades e impede que muitos aviem as receitas ou fiquem
a dever às farmácias.
A protecção social está cada vez
mais reduzida, em consequência dos cortes dos diversos subsídios: complemento
solidário para os idosos, complemento por dependência, rendimento social de
Inserção, subsídio de morte e funeral e outros.
Muitos dos reformados,
pensionistas e Idosos viram a sua situação económica e social agravada com o
desemprego e a imigração dos seus filhos e netos, vendo-se obrigados a dar-lhes
sustento e apoio.
Face a actual situação e num
momento em que está em discussão o orçamento Estado (O.E.) para o ano de 2015,
as Associações de Reformados Pensionistas e Idosos da Covilhã e Tortosendo,
filiadas no MURPI – Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos,
manifestam publicamente a seu descontentamento e exigem do Governo que tome
medidas nomeadamente:
·
Reposição dos rendimentos roubados nas reformas;
·
Reposição dos benefícios fiscais retirados e
abolição da contribuição extraordinária de solidariedade;
·
Abolição das taxas moderadoras nos centros de
saúde e hospitais e a defesa do Serviço Nacional de Saúde;
·
A segurança social deve pagar directamente às
farmácias os medicamentos dos reformados dos lanifícios
·
Aumento da rede de cuidados de saúde continuados;
·
Aumento de 4,8% de todas as pensões, com o
aumento mínimo de 25 euros e a defesa da segurança social pública, universal e
solidária;
·
Reposição do poder de compra de bens essenciais
como a água, electricidade e gás
A proposta de OGE para 2015
deixa claro que vamos ser confrontados com o aumento generalizado do custo de
vida, nomeadamente os combustíveis em cerca de 3%, (aumento ao qual se soma o
agravamento da contribuição sobre o sector rodoviário, integrado no ISP, em
mais 160 milhões de euros), e o aumento do Gás Natural doméstico em mais de 4%
e da electricidade em mais de 3%. A revisão da Taxa de Gestão de Resíduos e da
Taxa de Recursos Hídricos determinará de igual forma o aumento da despesa das
famílias na factura da água e resíduos, a que se acrescenta o imposto sobre os
sacos de plástico.
Os reformados da Covilhã por via
das suas estruturas associativas do MURPI exigem do Governo medidas que travem
e invertam esta política injusta e de empobrecimento que tem vindo a ser
seguida, exigindo respeito e dignidade na reforma.
Queremos Abril nas nossas vidas e no futuro dos nossos netos
23 de
Outubro de 2014
As
Direcções de Reformados Pensionistas e
Idosos
da Covilhã e Tortosendo
Sem comentários:
Enviar um comentário