O SNS e os Reformados
Os reformados estão a ser fortemente prejudicados pela ofensiva contra o Serviço Nacional de Saúde (SNS), pois são eles quem mais precisa de cuidados de saúde.
Os idosos, com as sua múltiplas doenças e os seus fracos recursos, são duramente atingidos pela falta de médicos e de enfermeiros de família, pelo encerramento de serviços de saúde, pelo aumento dos custos dos transportes, pelo aumento dos preços dos medicamentos, pela demora em conseguir consultas de especialidade, pela dificuldade em realizar exames complementares de diagnóstico, pela existência de listas de espera para tratamentos e cirurgias, pelo mau funcionamento das urgências, pelas altas hospitalares precoces, pela má articulação entre os serviços hospitalares e os centros de saúde, pelas taxas ditas moderadoras e pelo cansaço dos profissionais.
A decisão do actual governo, de Passos Coelho e Paulo Portas, em cortar nas pensões de reforma e nos recursos financeiros a atribuir aos Hospitais e Centros de Saúde, vai colocar, não só a saúde, mas apropria vida de milhares de reformados em risco.
As recentes medidas contra os funcionários públicos têm levado milhares de médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde a sair do SNS. Hospitais públicos e Centros de Saúde sem o indispensável financiamento têm cada vez maior dificuldade em dar resposta àqueles que os procuram.
Sem resposta nos serviços públicos de saúde e perante o crescente custo das taxas moderadoras, os utentes são convidados a procurar os serviços privados e a fazer seguros de saúde. O baixo valor das pensões e a idade tornam no entanto os próprios privados e os seguros de saúde inacessíveis para os idosos.
Aqueles que desde sempre se opuseram à criação do SNS dizem agora que o país não tem dinheiro para o sustentar. Quem assim fala foi quem destruiu o nosso aparelho produtivo; foi quem promoveu uma política assente na mão-de-obra barata, no acentuar das desigualdades sociais, no desemprego e na emigração; foi quem impediu a formação de médicos e colocou largas áreas da prestação de cuidados de saúde na mão de privados; foi que entregou a gestão dos serviços de saúde na mão de incompetentes escolhidos pela simpatia com os partidos do chamado “arco da governação”, diga-se PS,PSD e CDS.
O SNS é sustentável se rompermos com a política das Troikas. Se recusarmos ceder á chantagem do capital financeiro e impusermos a renegociação da dívida; se promovermos a produção nacional na agricultura, nas pescas, na indústria e nos serviços; se promovermos a criação de emprego; se reduzirmos as desigualdades sociais; se assegurarmos a mobilização dos recursos nacionais em saúde e articulação entre os diversos níveis de cuidados, com base num forte desenvolvimento dos cuidados de saúde primários e na qualidade e humanização dos serviços prestados; se a gestão dos serviços públicos de saúde for entregue a gente competente e empenhada na defesa do interesse público.
In: A Voz dos Reformados
Joaquim Judas
Os reformados estão a ser fortemente prejudicados pela ofensiva contra o Serviço Nacional de Saúde (SNS), pois são eles quem mais precisa de cuidados de saúde.
Os idosos, com as sua múltiplas doenças e os seus fracos recursos, são duramente atingidos pela falta de médicos e de enfermeiros de família, pelo encerramento de serviços de saúde, pelo aumento dos custos dos transportes, pelo aumento dos preços dos medicamentos, pela demora em conseguir consultas de especialidade, pela dificuldade em realizar exames complementares de diagnóstico, pela existência de listas de espera para tratamentos e cirurgias, pelo mau funcionamento das urgências, pelas altas hospitalares precoces, pela má articulação entre os serviços hospitalares e os centros de saúde, pelas taxas ditas moderadoras e pelo cansaço dos profissionais.
A decisão do actual governo, de Passos Coelho e Paulo Portas, em cortar nas pensões de reforma e nos recursos financeiros a atribuir aos Hospitais e Centros de Saúde, vai colocar, não só a saúde, mas apropria vida de milhares de reformados em risco.
As recentes medidas contra os funcionários públicos têm levado milhares de médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde a sair do SNS. Hospitais públicos e Centros de Saúde sem o indispensável financiamento têm cada vez maior dificuldade em dar resposta àqueles que os procuram.
Sem resposta nos serviços públicos de saúde e perante o crescente custo das taxas moderadoras, os utentes são convidados a procurar os serviços privados e a fazer seguros de saúde. O baixo valor das pensões e a idade tornam no entanto os próprios privados e os seguros de saúde inacessíveis para os idosos.
Aqueles que desde sempre se opuseram à criação do SNS dizem agora que o país não tem dinheiro para o sustentar. Quem assim fala foi quem destruiu o nosso aparelho produtivo; foi quem promoveu uma política assente na mão-de-obra barata, no acentuar das desigualdades sociais, no desemprego e na emigração; foi quem impediu a formação de médicos e colocou largas áreas da prestação de cuidados de saúde na mão de privados; foi que entregou a gestão dos serviços de saúde na mão de incompetentes escolhidos pela simpatia com os partidos do chamado “arco da governação”, diga-se PS,PSD e CDS.
O SNS é sustentável se rompermos com a política das Troikas. Se recusarmos ceder á chantagem do capital financeiro e impusermos a renegociação da dívida; se promovermos a produção nacional na agricultura, nas pescas, na indústria e nos serviços; se promovermos a criação de emprego; se reduzirmos as desigualdades sociais; se assegurarmos a mobilização dos recursos nacionais em saúde e articulação entre os diversos níveis de cuidados, com base num forte desenvolvimento dos cuidados de saúde primários e na qualidade e humanização dos serviços prestados; se a gestão dos serviços públicos de saúde for entregue a gente competente e empenhada na defesa do interesse público.
In: A Voz dos Reformados
Joaquim Judas
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