Uma história de malfeitores
Uma associação de malfeitores formada por senhores bem
colocados decidiu fazer um banco. Com a ajuda de senhores extraordinariamente
influentes passaram uma imagem credível de forma a convencer o pessoal indígena
a lá depositar as suas economias. A quadrilha dos senhores bem colocados, num golpe
de magia genial, fez desaparecer o “pilim”, levando o banco à falência. Não sem
antes, ter beneficiado as tais pessoas
extraordinariamente influentes,
movimentando verbas colossais de milhares de milhões através de contas depósito
respeitantes a remunerações extraordinárias ou a acções não cotadas, mas de
grande e rápida rentabilidade. Negócio de sabichões, que até deu para uma das
Marias envolvidas, com vencimento mísero de 800 € mês, comprar a baixo preço um
pacote de acções não cotadas em bolsa, mas milagrosamente vendidas a alto
preço, arrecadando um montão de carcanhol. O banco deu o badagaio e o caso foi
entregue à justiça. Das quadrilhas de malfeitores só duas pessoas bem colocadas
e influentes, quiçá condecoradas, foram detidas, estando agora em suas casas
com pulseiras electrónicas, ornamento para personalidades de “alto gabarito”.
Nenhum está na cadeia. Como costume, os que nada tiveram a ver com estes
“negócios mágicos”, a população indígena, é que
está a pagar os milhares de milhões que “voaram” para os bolsos dos
felizes contemplados, sem que seja feita
justiça.
Os bancos que arrotavam postas de pescada a torto e a
direito, estão sem dinheiro e têm perdido a pontinha de credibilidade que ainda
lhes restava. Estão descapitalizados. Parte do crédito mal parado ainda dado como activo esconde uma bolha
imobiliária gigante, resultante de
empréstimos altamente duvidosos, só visível quando passar a incobrável. Depois
de anos e anos de má gestão e de escândalos, os bancos estão de mão estendida. O
que, não quer dizer que os banqueiros o estejam, pois todos eles terão blindado
as suas fortunas pessoais e familiares. Apesar de terem dito não precisar de
qualquer ajuda financeira, poucos dias
depois de reuniões conjuntas mudaram de opinião e reclamaram ajuda.Agora, após
receberem 12 mil milhões de euros, reclamam mais, preparando-se para arrecadar
verbas superiores. E, tirem o cavalinho da chuva, porque nem sequer pensam
devolver o “pilim”, preferem o envolvimento do Estado no capital accionista.
O Estado (todos nós) paga, mas quem manda são eles!
Como é óbvio, estas situações de claro favorecimento, só têm
sido possíveis porque os banqueiros dominam a vida política. Como já aqui
destacámos, a banca é o principal fornecedor de políticos, ministros e deputados
para os partidos governamentais.
Assim como, têm sido os bancos a absorver ex-governantes.
Favor com favor se paga…
A promiscuidade é tamanha que há quem mantenha em simultâneo
funções num lado e no outro. Nem o Banco Central escapa, como provam as
audições.
Na verdade, banqueiro de todo o mundo uniram-se para
desencadear simultaneamente um número ilimitado de acções fraudulentas,
próprias de grupos mafiosos. Foram estes comportamentos de alto risco que
geraram a tempestade que abala o mundo. A tal ponto que 800 bancos europeus
pediram ajuda ao BCE conseguindo 1 bilião de €. Mas estão novamente sem
dinheiro. Um poço sem fundo. A tempestade ameaça passar a furacão…
Só não vê, quem mesmo não quer ver!
Carlos Vale
In: Povo da Beira