Reformados dos
Lanifícios
Os reformados, beneficiários do
sector dos lanifícios, enquanto trabalhadores no ativo, até ao ano de 1984,
data da integração das Caixa de Previdência no Regime da Segurança Social,
descontaram dos seus salários mais 1% extra para o fundo especial dos Lanifícios e este, por
esse facto, “dava” alguns "benefícios" tais como; comparticipação nas próteses
auditivas, próteses dentárias, para os óculos e renbolso da aquisição dos medicamentos através receita médica.
Este “beneficio”, é extensivo a
todos os reformados dos lanifícios independentemente da região do País e abrange uma parte significativa da população
do concelho da Covilhã, região onde se localizava esta indústria e encontra-se
regulamentado no Diário da República.
Os Governos que (tomaram o poder) se
instalaram desde 1976, foram fazendo investidas para tirarem (roubarem) estes
direitos aos beneficiários que descontaram para o fundo dos lanifícios. Devagar
e paulatinamente já lhes tiraram quase tudo, restam os medicamentos. O atual Presidente da República, sr. Silva,
quando foi Primeiro Ministro decretou o fim das comparticipações.
Esta medida originou, sob a
orientação e direção do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa, uma luta que mobilizou alguns milhares de reformados e
trabalhadores no ativo do sector dos lanifícios para uma luta que só parou
quando foi reposta a justiça e a
legalidade.
Os Governos do PS de Sócrates e o
de Coelho PSD/CDS, aumentaram a ofensiva e dão sinais de querer “roubar” novamente este
direito que, como já foi dito, tem legitimidade em Diário da República.
Num passado recente, a luta, a persistência e a
vontade de diálogo sentaram à mesa os representantes dos reformados - Sindicato Têxtil e Inter- Reformados - com a ARS
do Centro e em 01 de Março de 2011,
pelo então Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Dr. Manuel Pizarro e
para entrar em vigor a 01 de Abril foi publicada a Portaria 6/2011, que satisfaz os beneficiários, as Farmácias e
evita despesas ao Estado.
Tudo estava em conformidade com o acordado e a
decorrer com normalidade e eis que, surpreendentemente, de uma forma traiçoeira
o Ministério da Saúde, no dia 14 de Agosto, quando os portugueses estão a gozar
as merecidas férias, revoga a portaria
6/2011 voltando o sistema à forma anterior, que não agrada a ninguém.
Perante este facto os reformados
dos lanifícios, mais uma vez apoiados pelo Sindicato do Sector Têxtil da Beira
Baixa, Inter-Reformados e Associações de Reformados (MURPI) de Covilhã e
Tortosendo mobilizaram-se e
encetaram ações em defesa dos seus
direitos. No dia 28 de Agosto encheram por completo o Auditório Ferreira de
Castro no Sindicato e onde manifestaram o seu repúdio pela medida tomada pelo
governo e definiram estratégias que vão ser levadas à prática, tendo a primeira
decorrido no dia 03 de Setembro com uma concentração de mais de 300 (trezentos)
reformados junto ao Centro de Saúde da Covilhã.
A indignação, o repúdio e a
vontade de lutar para não deixar roubar este direito foram as expressões que
mais se ouviram da boca dos manifestantes.