quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

As pessoas querem Viver e não Sobreviver

                                                                      Anita Vilar


 


                 

O envelhecimento populacional é um triunfo. É o resultado do desenvolvimento das sociedades, uma vitória do ser humano sobre males adversos e também de políticas seguidas visando criar uma melhoria das condições de vida e de saúde das populações. Se, por
um lado é triunfo também é um problema, porque esse envelhecimento populacional é
, muitas vezes, visto como um problema por muitos dos governantes atuais. Para os idosos é um triunfo ou um problema se os anos ganhos a mais forem anos com qualidade de vida ou anos de sofrimento, de perdas, de incapacidades e de dependência.

Os idosos são objeto de um discurso ambíguo por par- te das instituições sociais e do Estado que ora os protege, ora os aponta como causadores dos males que afligem os sistemas públicos de saúde e de segurança social.

As pessoas desejam viver cada vez mais, desde que essa sobrevida aumentada lhes proporcione uma vida com boa qualidade.

Vida e Saúde o inseparáveis!

É intuitivamente óbvio que Vida e Saúde são inseparáveis. O que interessa à Saúde deve fazer parte de qualquer conceito de Qualidade de Vida. Isto, é funda- mental para os idosos. Ter Saúde é uma dimensão muito importante para a qualidade de vida dos idosos. Ter boa saúde é um fator determinante de boa qualidade de vida para os mais velhos.
A longevidade trouxe alterações nos padrões de saúde de todos os países, com aumento da cronicidade mudando, assim, o perfil de morbi-mortalidade. Nesta situação  de prevalência aumentada de dioenças crônicas, o principal objetivo dos procedimentos e políticas de saúde já não visa a cura, mas a manutenção de resultados dessas políticas e dos tratamentos que devem ser avaliados através de variáveis subjetivas, que incluam as perceções dos indivíduos em relação ao seu bem-estar.














































































































































































































A pobreza é um dos grandes fatores de risco para as pessoas idosas - as más condições económicas e de habitação, as reformas baixas, as dificuldades no acesso aos serviços e, em geral, o aumento das despesas em diversas áreas, particularmente na área da saúde, contribuem para as situações de vulnerabilidade e dependência destas pessoas.

Nas aldeias, a situação é, muitas vezes, mais dramática pelo isolamento social e geográfico, dificuldades de transporte e de acesso aos serviços.

Para podermos falar de uma boa qualidade de vida, tem de haver um nível material mínimo: a satisfação das necessidades mais elementares da vida humana. Alimentação, moradia, trabalho, educação, transporte, saúde, lazer, acesso a água potável, saneamento básico, respeito e dignidade são necessidades elementares. Para cada uma destas, há um nível minimamente aceitável. Abaixo dele, temos a exclusão social.

É verdade que, no nosso país, os idosos são, em geral, pessoas com possibilidades menores de uma vida com qualidade, devido não só à imagem social da velhice, vista como época de perdas, incapacidades, decrepitude, impotência, dependência, mas também, pela situação obletiva de reformas insuficientes, oportunidades negadas, enfim, de esclusão social. 

 
O acesso aos cuidados de Saúde está a tornar-se cada vez mais inacessível para os idosos devido aos aumentos das taxas moderadoras, das deslocações aos serviços, dos gastos com transportes e com medicamentos.

Os aumentos de preços de bens essenciais como água, gás, eletricidade e alimentação estão a degradar de forma acelerada a sua qualidade de vida, diminuindo a sua saúde e as suas resistências às doenças crónicas de
que padeçam
.

O ministro da Saúde já anunciou que vai haver cortes nas próteses, nos pacemakers, etc. facto que vai atingir, uma vez mais, os idosos, os idosos com deficiências e mesmo as deficiências próprias da idade.

A desumanidade cresce sem vergonha, mas todos os
idosos irão continuar a luta cada vez mais determinados e un
idos em torno do seu movimento que tem sabido sempre erguer a voz na defesa dos seus legítimos direitos.


Tirado do Jornal A Voz dos Reformados do MURPI

Por: Anita Vilar, Psiquiatra
 

 mano sobre males adversos e também de políticas seguidas visando criar uma melhoria das condições de vida e de saúde das populações. Se, por um lado é triunfo também é um problema, porque esse envelhecimento populacional é, muitas vezes, visto como um problema por muitos dos governantes atuais. Para os idosos é um triunfo ou um problema se os anos ganhos a mais forem anos com qualidade de vida ou anos de sofrimento, de perdas, de incapacidades e de dependência.

Os idosos são objeto de um discurso ambíguo por par- te das instituições sociais e do Estado que ora os protege, ora os aponta como causadores dos males que afligem os sistemas públicos de saúde e de segurança social.

As pessoas desejam viver cada vez mais, desde que essa sobrevida aumentada lhes proporcione uma vida com boa qualidade.

Vida e Saúde são inseparáveis!

É intuitivamente óbvio que Vida e Saúde são inseparáveis. O que interessa à Saúde deve fazer parte de qualquer conceito de Qualidade de Vida. Isto, é funda- mental para os idosos.
 Ter Saúde é uma dimensão muito importante para a qualidade de vida dos idosos. Ter boa saúde é um fator determinante de boa qualidade de vida para os mais velhos.
A longevidade trouxe alterações nos padrões de saúde de todos os países, com aumento da cronicidade mudando, assim, o perfil de morbi-mortalidade. Nesta situação de prevalência aumentada de doenças crônicas, o principal objetivo dos procedimentos e políticas de saúde já não visa a cura, mas a manutenção de uma boa qualidade de vida. Nos dias de hoje, os resultados dessas políticas e dos tratamentos devem ser
avaliados através de variáveis subjetivas, que incluam as perceções dos indivíduos em relação a seu bem-estar.


A pobreza é um dos grandes fatores de risco para as pessoas idosas - as más condições económicas e de habitação, as reformas baixas, as dificuldades no acesso aos serviços e, em geral, o aumento das despesas em diversas áreas, particularmente na área da saúde, contribuem para as situações de vulnerabilidade e dependência destas pessoas.

Nas aldeias, a situação é, muitas vezes, mais dramática pelo isolamento social e geográfico, dificuldades de transporte e de acesso aos serviços.

Para podermos falar de uma boa qualidade de vida, tem de haver um nível material mínimo: a satisfação das necessidades mais elementares da vida humana. Alimentação, moradia, trabalho, educação, transporte, saúde, lazer, acesso a água potável, saneamento básico, respeito e dignidade são necessidades elementares. Para cada uma destas, há um nível minimamente aceitável. Abaixo dele, temos a exclusão social.

É verdade que, no nosso país, os idosos são, em geral, pessoas com possibilidades menores de uma vida com qualidade, devido não só à imagem social da velhice, vista como época deperdas, incapacidades, decrepitude, impotência, dependência, mas, também,pela situação objetiva de reformas insuficientes, oportunidades negadas, enfim, de exclusão social.
O acesso aos cuidados de Saúde está a tornar-se cada vez mais ina cessível para os idosos devido aos aumentos das taxas moderadoras, das deslocações aos serviços, dos gastos com transportes e com medicamentos.
Os aumentos de preços de bens essenciais como água, gás, eletricidade e alimentação estão a degradar de forma acelerada a sua qualidade de vida, diminuindo a sua saúde e as suas resistências às doenças crónicas de que padeçam.

O ministro da Saúde



















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