sábado, 26 de abril de 2014
sábado, 19 de abril de 2014
ABRIL É O FUTURO
ABRIL
É O FUTURO
Conquistas da Revolução foi a designação que escolhemos para a nossa Associação. Opção feita quando soubemos que não nos era permitido utilizar a designação que todos desejávamos - Associação Vasco Gonçalves - e porque, para nós, o nome do Companheiro Vasco é sinónimo de Conquistas da Revolução, tão estreita é a sua ligação ao 25 de Abril de 74 e ao processo revolucionário que se lhe seguiu.
É desse dia inicial e desse processo que, este ano,
comemoramos o 40.0 aniversário.
Fazemo-lo sem quaisquer saudosismos passadistas, antes
com os pés bem assentes no presente e com os olhos postos no futuro.
Comemorar Abril é, para nós, recordar um processo que, com as suas
conquistas económicas, sociais, políticas, culturais - definidoras da mais avançada democracia alguma vez existente em Portugal nos mostrou que
«sim, é possível», e que, por isso, se mantém vivo na
nossa memória, como referencial maior das nossas
lutas de todos os dias.
Comemorar Abril é, para nós, sublinhar
o profundo significado das Conquistas da nossa Revolução: as liberdades
democráticas - liberdade de reunião, de manifestação, de criação de partidos políticos, de
imprensa e de expressão de pensamento; liberdade
sindical - conquistadas pelo seu exercício por parte do povo nas
ruas; a justiça social: o estabelecimento imediato do salário mínimo nacional, do aumento das
pensões de reforma e invalidez e do abono de família; o aumento dos
salários e o congelamento das remunerações superiores a 7 500 escudos; a
generalização do direito a férias pagas; o congelamento dos preços e rendas dos prédios urbanos; o direito ao emprego com direitos; o direito à saúde, à educação,
etc., etc.
Comemorar Abril é, para nós, olhar com olhos de futuro para as grandes Conquistas que transformaram profunda e positivamente o nosso
país: as nacionalizações o poder local democrático, a descolonização e aquela que
foi a mais bela de todas as Conquistas da Revolução: a Reforma Agrária.
Comemorar Abril é, para nós,
saudar a Constituição da República Portuguesa que, consagrando todas as
conquistas alcançadas é, ela própria uma Conquista da
Revolução.
Por isso, comemoramos Abril fazendo das suas
Conquistas bandeiras de luta para derrotar a
política de direita que, há 38 anos praticada por
sucessivos governos PS/PSD/CDS, tudo tem feito para fechar definitivamente «a
portas que Abril abriu». E para conquistarmos uma política
inspirada nos valores de Abril.
Porque Abril é o Futuro.
40 Anos da Revolução de Abril
Fotos da net |
Vídeo de intervenção na Jornada de Indignação do MURPI 12 de Abril em Lisboa e mais localidades do País.
40 Anos da Revolução de Abril
Conhecemos Portugal quando
ainda suportava a ditadura de Salazar. O primeiro-ministro
era Marcelo Caetano, que
mantinha a rigidez do regime autoritário e introduzia
uma feição mais moderna para que os mais pudessem desenvolver as suas empresas
financeiras, industriais e comerciais dentro do seu país ou nas colónias
mantidas em África e Timor.
Como manda a Troika hoje, pintava de dourada uma pobreza que consumia todos os trabalhadores e suas famílias enquanto a elite tornava-se parceira dos países mais desenvolvidos da Europa.
Como manda a Troika hoje, pintava de dourada uma pobreza que consumia todos os trabalhadores e suas famílias enquanto a elite tornava-se parceira dos países mais desenvolvidos da Europa.
Esta versão de modernidade não se traduzia em desenvolvimento
social e económico. Os trabalhadores agrícolas tinham 5 meses de trabalho por ano e
eram contratados como se fossem escravos nas Praças de Jorna.
Os seus filhos trabalhavam desde os 7 anos de idade tentando manter algum animal ou horta que alimentava a família e colhiam bolotas para não morrerem à fome. Isto acontecia em todo o país onde havia latifúndios mal explorados, para onde iam os desempregados da terra vindos do sul ou do norte onde a pequena agricultura não dava para assegurar a vida familiar.
Milhares de jovens emigravam quando não iam para a guerra colonial de onde, se voltassem, traziam as feridas físicas e mentais de um sofrimento desumano.
Os seus filhos trabalhavam desde os 7 anos de idade tentando manter algum animal ou horta que alimentava a família e colhiam bolotas para não morrerem à fome. Isto acontecia em todo o país onde havia latifúndios mal explorados, para onde iam os desempregados da terra vindos do sul ou do norte onde a pequena agricultura não dava para assegurar a vida familiar.
Milhares de jovens emigravam quando não iam para a guerra colonial de onde, se voltassem, traziam as feridas físicas e mentais de um sofrimento desumano.
Aos poucos as pessoas mais solidárias com o povo e dotadas de
orgulho da Nação Portuguesa, perceberam a necessidade que uma esquerda política
defendia com enormes sacrifícios - sendo presos ou assassinados pela ditadura -
de unirem-se em defesa da Justiça Social que assegurasse os mesmos direitos de
cidadãos a todos os portugueses - contratos
de trabalho, salário mínimo, atendimento gratuito
à saúde, escolas para crianças e formação profissional para os jovens, desenvolvimento
cultural, empreendedorismo na exploração das riquezas produtivas nacionais. Vários
setores da sociedade passaram a defender um regime democrático, fazendo greves
e manifestações, apesar das perseguições policiais.
E esta decisão revolucionária levou os mitrares a organizarem um golpe para derrubar a ditadura. Todos se uniram, trabalhadores, estudantes, profissionais liberais, militares, homens e mulheres e venceram no dia 25 de Abril de 1974.
As palavras de ordem foram levadas por todo o país com canções como Unidos Venceremos, Grândola Vila Morena e tantas outras que pregavam a Liberdade e os Direitos Sociais que os governos autoritários haviam roubados à gente portuguesa.
As palavras de ordem foram levadas por todo o país com canções como Unidos Venceremos, Grândola Vila Morena e tantas outras que pregavam a Liberdade e os Direitos Sociais que os governos autoritários haviam roubados à gente portuguesa.
Foi uma Revolução pacífica que ligou uma flor, o cravo, às armas que defenderam o povo. O
programa do novo Governo, dirigido pelos Militares de Abril nacionalizou os
Bancos, deu início à Reforma Agrária e à defesa dos pequenos
e médios agricultores, substituiu os proprietários absentistas para organizar a produção agrícola e industrial dando
emprego aos trabalhadores e aumentando o volume dos produtos nacionais.
Foi um momento de
grande alegria para todo o povo, de solidariedade
que atraiu muitos estrangeiros que vieram ajudar com seus conhecimentos
e recursos a impulsionar o processo revolucionário que abria
as portas da liberdade de desenvolvimento
de Portugal e punha fim à guerra colonialista que oprimia outros povos. Conquistava-se a Justiça Social para que todos pudessem organizar a sua vida no país em que nasceram. Muitos emigrantes voltaram.
Foi assinada uma Carta Magna, a Constituição, que passou a ser o garante jurídico de todas essas conquistas. Os ricos
e exploradores combateram a Revolução dos Cravos de todas as maneiras, ocupando cargos políticos e de comando para destruírem as conquistas
democráticas que limitavam as suas ambições egoístas
e subordinadas a governantes estrangeiros.
Chegaram ao poder, onde estão hoje apoiados pela Troika e o FMI. Destruíram muitas das conquistas populares e hoje, 40 anos depois, a Constituição e as leis trabalhistas sobrevivem como pilares de um novo processo revolucionário que não deixaremos morrer.
Chegaram ao poder, onde estão hoje apoiados pela Troika e o FMI. Destruíram muitas das conquistas populares e hoje, 40 anos depois, a Constituição e as leis trabalhistas sobrevivem como pilares de um novo processo revolucionário que não deixaremos morrer.
In: A Voz dos Reformados
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