O 25 de Abril de 1974 representou para as mulheres um acontecimento histórico marcante.
As mulheres foram sujeitos de mudança profunda da sua situação. Foram adotadas medidas legislativas emancipadoras nas áreas dos direitos civis, do trabalho, da segurança social, da família, de protecção da maternidade e de implementação do planeamento familiar, tendo levado a uma melhoria das condições de vida e de trabalho das mulheres.
A mulher
vai conseguir concretizar na lei grandes conquistas que tinham sido a razão da sua luta que contribuíram para a mudança do
seu estatuto.
1974 -
Acesso das mulheres a todos os cargos da carreira administrativa pública, à carreira
diplomática e à magistratura.
1975
- Direito de voto à mulher.
Alteração
da Concordata, restabelecendo-se o direito ao divórcio para os casais.
1976
- A Constituição da República Portuguesa
estabelece a igualdade entre
homens e mulheres em todos os domínios, no trabalho, no
emprego, na família.
Aprovada a licença
de maternidade de 90 dias. É imprescindível
Abolido o direito
do marido abrir a correspondência da mulher.
1977 - Institucionalizada
a "Comissão da Condição Feminina".
1978 - Revisão
do Código Civil, adquirindo a mulher
vários direitos legais: deixa de ter
estatuto de dependência do marido; termina o poder marital e
a autorização o do marido para ser comerciante; exercício da profissão não implica
autorização do cônjuge.
1979 - Garantia às mulheres de Igualdade de oportunidades no trabalho e no emprego.
1979 - Garantia às mulheres de Igualdade de oportunidades no trabalho e no emprego.
1980
- Portugal ratifica "Convenção sobre a eliminação de todas as formas de
discriminação
contra as mulheres", aprovada na "11 Conferência das Nações Unidas para a Década da Mulher".
1981-
Regulamentada a publicidade proibindo
a utilização da imagem da mulher enquanto objeto.
1983 - Entra em vigor o "Código
Penal" quanto aos maus tratos entre cônjuges
e contra menores.
A prostituição deixa
de ser penalizada e é punido quem se dedicar ao tráfico de pessoas para
a prostituição.
1984 - Direito
à educação sexual e ao planeamento familiar e acesso às consultas
e meios de planeamento familiar.
É determinada a exclusão
de ilicitude nalguns casos de interrupção voluntária
da gravidez.
1991 - Garante-se
a protecção às mulheres vítimas de violência e os direitos das Associações de
Mulheres.
1999 - Estabelece-se
a aplicação da educação sexual nas escolas.
2007 - É despenalizada a interrupção
voluntária da gravidez (IVG).
Estas
conquistas foram fruto do empenho
das mulheres na luta pela igualdade,
justiça e progresso. Contudo, a par dos avanços conquistados, persistem hoje
inaceitáveis desigualdades,
assimetrias e discriminações entre mulheres e homens.
Com
as mulheres, lutar
por Abril!
A política do Governo PSD/CDS-PP,
marcada por enormes retrocessos, agrava as condições de vida das mulheres e tem
efeitos profundos no aumento da sua vulnerabilidade: retirada de direitos,
aumentos dos preços dos bens essenciais, cortes salariais e nas reformas,
desemprego e precaridade, exclusão
social.
Lutar pelo direito ao trabalho
O aumento do desemprego
feminino e da precaridade, a desregulação dos horários , a dupla e tripla jornada de trabalho são hoje preocupações das
mulheres.
Lutar pelo direito à Saúde
O encerramento de unidades de saúde, o aumento das taxas
moderadoras e medicamentos e a escassez de meios de diagnóstico põem em causa o
acesso pleno ao SNS.
Lutar pelo direito à Proteção Social
Os cortes no abono de
família e nas reformas, pilar essencial de sobrevivência para milhares de
mulheres neste país, ameaçam o estado social.
Lutar pelo direito à Dignidade
A violência doméstica e no namoro, o assédio moral ou sexual, no
local de trabalho, o tráfico de mulheres, a prostituição – são muitas das
formas de avaliar a dignidade das mulheres.
Por tudo isto é
imprescindível que as mulheres se juntem na defesa dos seus direitos como
grande força social e política transformadora da sociedade.
A democracia só se constrói
e consolida com a participação das mulheres. Elas já deram provas de terem
a capacidade, o conhecimento e a
perseverança para ocupar o seu lugar, no mercado do trabalho, na participação
cívica e política.
Por:Maria Fátima Amaral - MDM
Em: A Voz dos Reformados
Sem comentários:
Enviar um comentário