sábado, 19 de abril de 2014

40 Anos da Revolução de Abril



 
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Vídeo de intervenção na Jornada de Indignação do MURPI 12 de Abril em Lisboa e mais localidades do País.

40 Anos da Revolução de Abril

Conhecemos Portugal quando ainda suportava a ditadura de Salazar. O primeiro-ministro era Marcelo Caetano, que mantinha a rigidez do regime autoritário e introduzia uma feição mais moderna para que os mais pudessem desenvolver as suas empresas financeiras, industriais e comerciais dentro do seu país ou nas colónias mantidas em África e Timor.
Como manda a Troika hoje, pintava de dourada uma pobreza que consumia todos os trabalhadores e suas famílias enquanto a elite tornava-se parceira dos países mais desenvolvidos da Europa.
Esta versão de modernidade não se traduzia em desenvolvimento social e económico. Os trabalhadores agrícolas tinham 5 meses de trabalho por ano e eram contratados como se fossem escravos nas Praças de Jorna.
Os seus filhos trabalhavam desde os 7 anos de idade tentando manter algum animal ou horta que alimentava a família e colhiam bolotas para não morrerem à fome. Isto acontecia em todo o país onde havia latifúndios mal explorados, para onde iam os desempregados da terra vindos do sul ou do norte onde a pequena agricultura não dava para assegurar a vida familiar.
Milhares de jovens emigravam quando não iam para a guerra colonial de onde, se voltassem, traziam as feridas físicas e mentais de um sofrimento desumano.
Aos poucos as pessoas mais solidárias com o povo e dotadas de orgulho da Nação Portuguesa, perceberam a necessidade que uma esquerda política defendia com enormes sacrifícios - sendo presos ou assassinados pela ditadura - de unirem-se em defesa da Justiça Social que assegurasse os mesmos direitos de cidadãos a todos os portugueses - contratos de trabalho, salário mínimo, atendimento gratuito à saúde, escolas para crianças e formação profissional para os jovens, desenvolvimento cultural, empreendedorismo na exploração das riquezas produtivas nacionais. Vários setores da sociedade passaram a defender um regime democrático, fazendo greves e manifestações, apesar das perseguições policiais. E esta decio revolucionária levou os mitrares a organizarem um golpe para derrubar a ditadura. Todos se uniram, trabalhadores, estudantes, profissionais liberais, militares, homens e mulheres e venceram no dia 25 de Abril de 1974.
As palav
ras de ordem foram levadas por todo o país com canções como Unidos Venceremos, Grândola Vila Morena e tantas outras que pregavam a Liberdade e os Direitos Sociais que os governos autoritários haviam roubados à gente portuguesa.
Foi uma Revolução pacífica que ligou uma flor, o cravo, às armas que defenderam o povo. O programa do novo Governo, dirigido pelos Militares de Abril nacionalizou os Bancos, deu início à Reforma Agrária e à defesa dos pequenos e médios agricultores, substituiu os proprietários absentistas para organizar a produção agcola e industrial dando emprego aos trabalhadores e aumentando o volume dos produtos nacionais.
Foi um momento de grande alegria para todo o povo, de solidariedade que atraiu muitos estrangeiros que vieram ajudar com seus conhecimentos e recursos a impulsionar o processo revolucionário que abria as portas da liberdade de desenvolvimento de Portugal e punha fim à guerra colonialista que oprimia outros povos. Conquistava-se a Justiça Social para que todos pudessem organizar a sua vida no país em que nasceram. Muitos emigrantes voltaram.
Foi assinada uma Carta Magna, a Constituão, que passou a ser o garante jurídico de todas essas conquistas. Os ricos e exploradores combateram a Revolução dos Cravos de todas as maneiras, ocupando cargos políticos e de comando para destruírem as conquistas democráticas que limitavam as suas ambições egoístas e subordinadas a governantes estrangeiros.
Chega
ram ao poder, onde estão hoje apoiados pela Troika e o FMI. Destruíram muitas das conquistas populares e hoje, 40 anos depois, a Constituição e as leis trabalhistas sobrevivem como pilares de um novo processo revolucionário que não deixaremos morrer.
 
In: A Voz dos Reformados
 
 

 

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